Mens Sana

16 de abril 1978

Mens Sana

Desse marasmo que domina minhas veias

e faz escorrer um mistura. Lodo. Lama. Água. Sangue.

Desse medo em mim prenhe de outras datas 

que regurgita e agita as entranhas.

Estranhas passagens habitadas 

por estranhas memórias. Inglórias. Instantes. 

Dessa tremedeira barata, 

nervosa e química. Tímida. Escondida. Tamanha.

Que desdobra minha pele arrepiada 

em escamas abissais e escuras. Diárias

Em esculpidas e estúpidas frases 

colocadas, maceradas no incesto cotidiano

Desse caos estabilizado 

que mantém as vísceras expostas. Imóveis. Ao sol.

Salgando o charque da minha moral

roubada de um passado qualquer.

E pousada na senda, na fenda da minha estirpe.

Brota líquida, minha insanidade 

escorrida em meias idéias. Obscena. Herege.

Errônea e debilitada num vômito alcoolizado.

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