I Dig it 030 - Compacto Duplo
Hoje é dia de Impressões Digitais - Compacto Duplo em sua trigésima edição
LADO A:
Vatapá - Danilo Caymmi (Dorival Caymmi)
Quem quiser vatapá, ô
Que procure fazer
Primeiro o fubá
Depois o dendê
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Amendoim, camarão, rala um coco
Na hora de machucar
Sal com gengibre e cebola, iaiá
Na hora de temperar
Não para de mexer, ô
Que é pra não embolar
Panela no fogo
Não deixa queimar
Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô
Se faz um vatapá
Se faz um vatapá
Que bom vatapá
1º de Abril, dia da redentora ação deste podcaster (colocar seu Podcast na rede...), atordoado pelo golpe histórico desta data, e pelas coincidências que andam ocorrendo (o que me deixa um tanto orgulhoso e assustado - ouçam este podcast para sader quais são estas coincidências) percebi que basta uma centelha lúcida para disparar todo um reordenamento cultural:
HOMO SAPIENS - O Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade faz 79 anos em maio e definitivamente exemplifica o que é ser brasileiro, determina a identidade cultural brasileira contemporânea, delimita aquilo que sempre fomos: deglutidores de culturas longínqüas (européia, asiática, norte-americana, africana...) e digerindo-as da mesma forma que as próximas (ameríndios, afro-descendentes, cablocos, euro-descendentes, descendentes de orientais) todas num mesmo banquete existencial. Somos sim, macunaímas chafurdando nas águas de Yara.
Arvoro-me em uma incorporação locutiva e leio (se algum gaiato disser que interpreto, eu nego) o planfetário manifesto de 1928, o Manifesto Antropófago.
Complemento o Homo Saiens com umaa abordagem troppo-trágica, ma non molto: Tem texano inteligente no planeta, minha gente!!!!
O Museum of Fine Arts de Houston, Texas estabeleceu o Centro Internacional para Artes das Américas para estudar a arte latino-americana do século 20, permitindo assim a mostra: Hélio Oiticica - the body of color.
Organizada pelo Projeto Hélio Oiticica do Rio e por Mari Carmen Ramirez, a curadora de arte latino-americana do museu, fundadora do Centro Internacional e também editora do catálogo raisonnée de Hélio Oiticica, a mostra cobre 25 anos de produção do artista e apresenta 220 peças, sendo estas predominantemente compostas de pinturas, relevos bi-demensionais as esculturas do período 1955-1966. Já está prevista uma segunda mostra até 2012, também organizada pela própria Mari, com o título: “Hélio Oiticica: The Space of the Senses,” a qual irá penetrar na desmaterialização e nos esforços anti-arte pelos quais Oiticia é mais conhecido.
Hélio foi um dos fundadores de um movimento estético e cultural dos anos 60 que abraçou o nome de uma de suas obras derivadas de um experimento sensorial criado por ele, denominado "penetrável" e usado para definir um espaço em forma de labirinto no qual o espectador dentro dele, ficava exposto a experiências multi-sensoriais, hoje isto chama-se instalação. O seu penetrável mais famoso é o Tropicália de 1967. Ahn... preciso dizer mais alguma coisa?!
...
Da série "Poesia numa hora dessas?" de Caetano Veloso:
Tropicália
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do País
Viva a bossa
Viva a palhoça
O monumento é de papel crepon e prata
Os olhos verdes de mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E nos jardins os urubus passeiam a tarde inteira
Entre os girassóis
Viva Maria
Viva Bahia
No pulso esquerdo bang-bang
Em suas veias corre muito pouco sangue
Mas seu coração balança a um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores ele põe os olhos grandes
Sobre mim
Viva Iracema
Viva Ipanema
Domingo é o fino da bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai á roça
Porém
O Monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem
Viva a banda
Carmem Miranda
LADO B:
Feijoada - ou será Feijoada Completa?, sei lá... só sei que é ótima! (Chico Buarque)
Mulher
Você vai gostar
Tô levando uns amigos pra conversar
Eles vão com uma fome que nem me contem
Eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Não vá se afobar
Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar
Ponha os pratos no chão, e o chão tá posto
E prepare as lingüiças pro tiragosto
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja-bahia ou da seleta
Joga o paio, carne seca, toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Depois de salgar
Faça um bom refogado, que é pra engrossar
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira
Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão
BackGround - Fernando Reis ao piano interpreta:
Vamos, maninha - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Vamos ver a mulatiinha - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Todo mundo passa - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Nesta rua tem um bosque - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Cai, cai, balão - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Coral (Canto do Sertão) - Bachianas Brasileiras nº 4 (Heitor Villa-Lobos)
Prelúdio (Introdução) - Bachianas Brasileiras nº 4 (Heitor Villa-Lobos)
Lindos olhos que ela tem - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Dança (Miudinho) - Bachianas Brasileiras nº 4 (Heitor Villa-Lobos)
Música Incidental em Poesia Numa Hora Dessas?! - REMIX Sergio Vieira: Sem Lenço Sem Documento (Caetano Veloso)
LADO A:
Vatapá - Danilo Caymmi (Dorival Caymmi)
Quem quiser vatapá, ô
Que procure fazer
Primeiro o fubá
Depois o dendê
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Amendoim, camarão, rala um coco
Na hora de machucar
Sal com gengibre e cebola, iaiá
Na hora de temperar
Não para de mexer, ô
Que é pra não embolar
Panela no fogo
Não deixa queimar
Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô
Se faz um vatapá
Se faz um vatapá
Que bom vatapá
1º de Abril, dia da redentora ação deste podcaster (colocar seu Podcast na rede...), atordoado pelo golpe histórico desta data, e pelas coincidências que andam ocorrendo (o que me deixa um tanto orgulhoso e assustado - ouçam este podcast para sader quais são estas coincidências) percebi que basta uma centelha lúcida para disparar todo um reordenamento cultural:
HOMO SAPIENS - O Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade faz 79 anos em maio e definitivamente exemplifica o que é ser brasileiro, determina a identidade cultural brasileira contemporânea, delimita aquilo que sempre fomos: deglutidores de culturas longínqüas (européia, asiática, norte-americana, africana...) e digerindo-as da mesma forma que as próximas (ameríndios, afro-descendentes, cablocos, euro-descendentes, descendentes de orientais) todas num mesmo banquete existencial. Somos sim, macunaímas chafurdando nas águas de Yara.
Arvoro-me em uma incorporação locutiva e leio (se algum gaiato disser que interpreto, eu nego) o planfetário manifesto de 1928, o Manifesto Antropófago.
Complemento o Homo Saiens com umaa abordagem troppo-trágica, ma non molto: Tem texano inteligente no planeta, minha gente!!!!
O Museum of Fine Arts de Houston, Texas estabeleceu o Centro Internacional para Artes das Américas para estudar a arte latino-americana do século 20, permitindo assim a mostra: Hélio Oiticica - the body of color.
Organizada pelo Projeto Hélio Oiticica do Rio e por Mari Carmen Ramirez, a curadora de arte latino-americana do museu, fundadora do Centro Internacional e também editora do catálogo raisonnée de Hélio Oiticica, a mostra cobre 25 anos de produção do artista e apresenta 220 peças, sendo estas predominantemente compostas de pinturas, relevos bi-demensionais as esculturas do período 1955-1966. Já está prevista uma segunda mostra até 2012, também organizada pela própria Mari, com o título: “Hélio Oiticica: The Space of the Senses,” a qual irá penetrar na desmaterialização e nos esforços anti-arte pelos quais Oiticia é mais conhecido.
Hélio foi um dos fundadores de um movimento estético e cultural dos anos 60 que abraçou o nome de uma de suas obras derivadas de um experimento sensorial criado por ele, denominado "penetrável" e usado para definir um espaço em forma de labirinto no qual o espectador dentro dele, ficava exposto a experiências multi-sensoriais, hoje isto chama-se instalação. O seu penetrável mais famoso é o Tropicália de 1967. Ahn... preciso dizer mais alguma coisa?!
...
Da série "Poesia numa hora dessas?" de Caetano Veloso:
Tropicália
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do País
Viva a bossa
Viva a palhoça
O monumento é de papel crepon e prata
Os olhos verdes de mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E nos jardins os urubus passeiam a tarde inteira
Entre os girassóis
Viva Maria
Viva Bahia
No pulso esquerdo bang-bang
Em suas veias corre muito pouco sangue
Mas seu coração balança a um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores ele põe os olhos grandes
Sobre mim
Viva Iracema
Viva Ipanema
Domingo é o fino da bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai á roça
Porém
O Monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem
Viva a banda
Carmem Miranda
LADO B:
Feijoada - ou será Feijoada Completa?, sei lá... só sei que é ótima! (Chico Buarque)
Mulher
Você vai gostar
Tô levando uns amigos pra conversar
Eles vão com uma fome que nem me contem
Eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Não vá se afobar
Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar
Ponha os pratos no chão, e o chão tá posto
E prepare as lingüiças pro tiragosto
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja-bahia ou da seleta
Joga o paio, carne seca, toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Depois de salgar
Faça um bom refogado, que é pra engrossar
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira
Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão
BackGround - Fernando Reis ao piano interpreta:
Vamos, maninha - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Vamos ver a mulatiinha - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Todo mundo passa - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Nesta rua tem um bosque - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Cai, cai, balão - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Coral (Canto do Sertão) - Bachianas Brasileiras nº 4 (Heitor Villa-Lobos)
Prelúdio (Introdução) - Bachianas Brasileiras nº 4 (Heitor Villa-Lobos)
Lindos olhos que ela tem - Cirandinhas (Fernando Reis/Heitor Villa-Lobos)
Dança (Miudinho) - Bachianas Brasileiras nº 4 (Heitor Villa-Lobos)
Música Incidental em Poesia Numa Hora Dessas?! - REMIX Sergio Vieira: Sem Lenço Sem Documento (Caetano Veloso)
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