Lida

Lida (1º maio 1979)

Que venha a mim toda insensatez das mesas de bar
De minutos de amor na varanda da amada
De cortes e decotes
De carnês e boás multicores
Que saia fulgurante em mim o domínio insano das manhãs de Primavera
E que novamente os setembros se sucedam
Opacos ou travestidos de luz
Que as bobagens do mundo deslizem pelo canto da boca
E como a saliva sejam cuspidas nas calçadas alheias
E umedeçam a pele das mulheres
Arrepiadas
Que eu desminta todas verdades mal acabadas 
E enverdadeire as mentiras
Construídas
Que eu nessa lunática lucidez elucide minha mediocridade
E obsceno salpique minhas violências de branco
Cromaticamente ausente.

Foto: André Kerész - Polaroid SX-70

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