Dinho

Dinho (5 de junho de 1980)

Aquele pátio era muito grande
P´ras nossas loucas corridas
Até o suor empapar nossas camisas
Idênticas, brancas.
"Virge-maria! O home do saco..."
E nós alvos, fraternos fugindo da imundície
No muro caiado e portão enferrujado
Na grama, na azedinha e picão
Arranhando a pele, sangrando risos banguelas
No jogo regrado pelo nosso ritual instintivo
No roubo noturno da fruta vizinha mais saborosa
Bancando o mocinho no cabo da vassoura
O corte, o raspão, a quebra...
E nos olhamos compartilhando
Um segredo infantil com olhos adultos
E nos espaçamos diariamente
sorridentes e cúmplices.

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