Templo

22 de maio de 1979

Templo

Em meus dias paralelos,

Às suas noites aneladas.

Em meu cosmo balbúrdia,

Minha alucinação, descrente

Num paradoxo ateu de segunda-feira,

De fome, e de nome;

Em meu passado tão presente,

De gemidos e calabouços engendrados,

De hipnótica sonolência arquivada.

Em meu segundo, terceiro ou quarto,

Tempo ou numeral, não importa!

Na aguerrida sobrevivência natimorta;

No útero enlameado e podre, 

Concebido no uivo agonizante 

Ainda entalado nas bocas das covas.

Escarrado e incandescente.

Infinito e descabido.

Ordenadamente desencontrado me habito. 

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